segunda-feira, 31 de março de 2008

País de contrastes


Este fim de semana, como todos os outros desde que estamos em Berlim, aproveitámos para passear e desfrutar da imensa oferta cultural de Berlim! É impressionante a quantidade de museus, exposicoes, cinemas, eventos que fervilham pela cidade fora!


Como seria de esperar, em muitos destes museus é retratada a história da cidade de Berlim e da Alemanha, sem esconder os períodos mais negros da sua existência, como o domínio dos Nazis, a Segunda Guerra Mundial e o Holocausto, a Guerra Fria, o Muro de Berlim...

É irónico verificar que os alemaes foram dominados por uma ditadura de extrema direita opressora e causadora de terror, e anos mais tarde passou a ter um regime comunista que provocou igualmente medo e opressao.. Os extremos acabam sempre por tocar-se e da pior maneira possível..


Olhando assim a história alema, poderíamos pensar neste país como xenófobo, ditatorial, terrorífico, intolerante.. No entanto, à medida que vamos conhecendo mais sobre a história do país e de Berlim, verificamos que desde a sua fundacao no século XIII, Berlim foi o lar de refugiados protestantes, de emigrantes de várias racas e credos, e que os acolheu e os deixou formar parte integrante do seu tecido social.

Em Berlim, hoje em dia, encontramos na rua turcos, polacos, ingleses, franceses, judeus, católicos, ortodoxos, protestantes... Na rua sentem-se os odores da cozinha de muitos países diferentes, e há bandeiras de todos os países nas janelas dos emigrantes.. Há punks pelas ruas, homossexuais, campónios e citadinos, todos a partilhar as mesmas ruas e os mesmos espacos sem sequer pestanejarem ao passar por alguém diferente.

Talvez esta tolerância seja apenas fachada e no fundo o espectro da xenofobia ainda espreite por entre a fresta da porta, mas nao deixa de ser curioso que um país que ao longo da sua história tem tantos exemplos de mistura cultural e tolerância, tenha sido o berco de actos tao horríveis e abomináveis como os praticados durante a Guerra...

1 comentário:

pina disse...

há sempre diferença entre as pessoas quando existe medo e receio. olhamos para alguém e não vemos uma pessoa, vemos um preto, um chines, um 'de leste', passamos pelas pessoas e já temos os estereotipos gravados em nós, quando no fundo são apenas mais um como eu e tu, emfim, tenho a certeza que as gerações futuras vão lidar muito melhor que nós com isto, olhar as pessoas nos olhos e não na pele, na roupa, nos costumes!
tenho saudades vossas, beijo e abraço!